sexta-feira, 25 de abril de 2014

Avibras avança em vários programas


Roberto Caiafa
22/4/2014

Avibras avança em vários programas

Mísseis, blindados e foguetes

A Avibras, em parceria a MBDA, está trabalhando na integração de armamentos da versão naval antissuperfície dos helicópteros EC725 encomendados pela Marinha (oito exemplares). O contrato também engloba a motorização do sistema de armamentos de combate antinavio Exocet AM39 (versão aerolançável), garantindo aumento do conteúdo nacional do projeto H-XBR. A Avibras já desenvolveu a tecnologia necessária em conjunto com a MBDA, durante o programa de remotorização dos Exocet MM40 utilizados em navios da Marinha – esse desenvolvimento já passou por três lançamentos-teste bem-sucedidos, realizados a partir da Corveta Barroso, e espera-se que os novos programas ajudem a consolidar a capacidade da indústria de defesa brasileira para absorver, aprimorar e utilizar tecnologias de ponta.
A versão naval do EC725 armada com mísseis AM39 Exocet é um desenvolvimento genuinamente brasileiro, e deverá ser oferecida para exportação (Foto: Airbus Helicopters via Helibras)
Outra frente de trabalho de alta tecnologia é o míssil Cruise tático AV-TM 300, ou MTC-300 na nomenclatura em português. Observadores reportaram pelo menos dois lançamentos bem sucedidos do novo armamento, a partir do Centro de Lançamento da Barreira do Inferno, no Rio Grande do Norte, no final de 2013. O míssil, quando em serviço, oferecerá uma capacidade sem igual no continente, sendo capaz de transportar uma pesada cabeça de guerra ou submunições inteligentes guiadas. O MTC-300 utiliza um booster descartável de propelente sólido para impulsioná-lo até a velocidade de cruzeiro, mantida durante o trajeto até o alvo por uma turbina fabricada com tecnologia brasileira pela Polaris.
 
Sequência de lançamento do AV-TM 300 (ou MTC-300) realizado em sigilo no Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (RN), no final de 2013. O teste foi coroado de êxito (Fotos: Exército Brasileiro)
No setor de blindados, a Avibras, em associação com a Renault Trucks Defense, apresentou ao Exército Brasileiro uma versão “nacionalizada” do blindado Sherpa Light, renomeado pela empresa como “Tupi”. O veículo encontra-se passando por avaliação no CAEx, no Rio de Janeiro, dentro do programa Viatura Blindada Multitarefa, Leve de Rodas (VBMT-LR), que visa a obtenção de uma viatura classe 4x4  com um peso máximo de 8 t e capacidade de carga de 1 t, e espaço para uma guarnição de 5 homens.
O  blindado "Tupi" apresentado pela Avibras é, na verdade, o Sherpa Light Scout, da Renault Trucks Defence (Foto: Roberto Caiafa)

Selex realiza testes com dispositivo Brite Cloud


Contramedidas ativas para o Gripen NG
 
Ivan Plavetz
24/4/2014

Gripen NG: Selex realiza testes com dispositivo  Brite Cloud

A empresa europeia Selex ES esta provando a capacidade do seu dispositivo embarcado de “jamming” (interferência) ativo BriteCloud, concebido para confundir radares e misseis guiados por esse meio. Segundo a Selex, que não especificou qual modelo de avião de combate vem sendo empregado como plataforma de lançamento, estão sendo realizados múltiplos ensaios.
Capaz de representar falsos alvos para radares baseados na superfície e para os radares embarcados em aeronaves e mísseis, o BriteCloud pode ser integrado em uma variada gama de aviões de combate sem modificações estruturais, utilizando-se os mesmos casulos de 55mm dos dispensadores de flare (imagem Saab/Selex ES)
Revelado em novembro de 2013 como uma interessante alternativa entre os dispositivos similares disponíveis no mercado, o BriteCloud, dotado de elevada capacidade de “jamming” proporcionada por uma memória digital embarcada capaz de operar dentro de um amplo espectro de frequências, já esta sendo ofertado pela Saab juntamente com seus caças Gripen C/D e com o futuro NG, também conhecido por “E”.
O BriteCloud possui elevada capacidade de “jamming” proporcionada por uma memória digital embarcada capaz de operar dentro de um amplo espectro de frequências (Foto: Selex ES)
Capaz de representar falsos alvos para radares baseados na superfície e para os radares embarcados em aeronaves e misseis, esse dispositivo de proteção pode ser integrado em uma variada gama de aviões de combate sem modificações estruturais, sendo utilizados os mesmos casulos de 55 mm dos dispensadores de flare. A Selex ES esclareceu que os ensaios realizados até agora, sem a participação do Gripen, tem como objetivo demonstra-lo para emprego em outras plataformas de combate. Voos com o BriteCloud integrado ao Gripen deverão ser iniciados ainda no corrente ano.
Durante uma recente atividade experimental envolvendo o BriteCloud, todos os dispositivos lançados a partir de uma aeronave de combate engajada por um radar terrestre de controle de fogo antiaéreo funcionaram integralmente e executaram o “jamming” previsto até atingirem o solo, revelou a Selex. Mediante a bem sucedida campanha de ensaios do BriteCloud, o caminho esta aberto para a produção em série, informou a companhia.

Modernização dos F-5E da FAB (ex-Jordânia)


Primeiro exemplar será entregue em setembro
 
Ivan Plavetz
24/4/2014

Elemento de caças F-5EM do 1º/14º GAv em voo, armados com bombas de emprego geral do tipo MK.82 (Foto: Agência Força Aérea)

Modernização dos F-5 da Força Aérea Brasileira

Segundo o presidente da Comissão Coordenadora do Programa Aeronave de Combate (COPAC), brigadeiro-do-ar José Augusto Crepaldi Afonso, o primeiro avião de combate F-5M ex-Jordânia a ser modernizado será entregue em setembro próximo. Crepaldi confirmou que os 11 aparelhos (oito monoplaces e três biplaces) passarão pelo processo de revisão e reforço estrutural no Parque de Material Aeronáutico de São Paulo (PAMA-SP) antes de serem enviados a linha de produção da Embraer Defesa e Segurança (EDS) localizada no município paulista de Gavião Peixoto.
Todos os 11 F-5E/F comprados da Jordânia passarão pelo programa de modernização, totalizando assim 57 unidades distribuídas por quatro unidades operacionais (Foto:Ivan Plavetz)
Faz parte do escopo da modernização a integração do radar Grifo da Selex Galileo, a instalação de mostradores digitais multifuncionais coloridos (MFCD) e um novo HUD holográfico, uma moderna suíte eletrônica de autodefesa (ECM), computadores de missão de alta capacidade redundantes e sistema OBOGS (geração de oxigênio a bordo).
A Força Aérea Brasileira conta atualmente com 46 F-5M distribuídos ao 1º GAvCa baseado no Rio de Janeiro (RJ), 1º/4º GAv de Manaus (AM), 1º/14º GAv de Canoas (RS) e 1º GDA, Anápolis Goiás (em sistema de rodízio entre as outras três unidades operadoras do tipo).  O último aparelho dessa frota saiu de Gavião Peixoto em março de 2013, sendo entregue para o 1ºGAVCa.
Antes de serem enviados para a Embraer Defesa e Segurança, os exemplares  comprados da Jordânia estão passando por um completo processo de revitalização, incluindo minuciosa inspeção estrutural (Foto:Ivan Plavetz)