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A 1ª missão operacional com emprego de VANT pela SSP/PA

A 1ª missão operacional com emprego de VANT pela SSP/PA

Publicado por Eduardo Beni em agosto 19, 2010 NotíciasPAPolícia Militar
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Acompanhe com Piloto Policial a 1ª missão operacional de emprego de VANT (veículo aéreo não tripulado) de asas rotativas, realizada pela Secretaria de Segurança Pública do Estado do Pará.
260 km separam o balneário de Salinópolis da capital do estado do Pará. Enquanto os primeiros resultados práticos da Operação Veraneio estavam sendo debatidos dentro da viatura que nos levava de volta a Belém, ouvi esta frase “O Pará é um estado de dimensões continentais, Caiafa. Quando nos deslocamos para efetuar missões no interior, facilmente rodamos 400 km ou mais até o local de uma operação, de uma ocorrência. Nosso tempo de resposta por vezes fica muito prejudicado, mas vamos começar a virar este jogo, e a operação que realizamos neste fim de semana é a prova disso”. Quem faz a aposta da frase é o Major Edivan Araújo de Moraes, Gerente de Inteligência do CEI (Centro Estratégico Integrado), órgão reservado da Secretaria de Segurança Pública do Estado do Pára. Para este oficial de inteligência e sua equipe, quatro letras resumem o trunfo para esta virada: VANT, de Veículo Aéreo Não Tripulado (asas rotativas), do tipo SWT 700 Police.
O oficial explica a forma de atuação do órgão “Para entendermos o que é o CEI, vamos dizer que ele atua como um elo de gerenciamento das atividades de inteligência da Polícia Militar, da Polícia Civil, do Corpo de Bombeiros Militar e outros órgãos que tem ligação com a atividade de segurança pública, como o sistema penitenciário, departamentos de trânsito, etc. O CEI subsidia o trabalho destes órgãos, e faz o trâmite de inteligência para o pessoal ostensivo, que pode ou não executar uma ação, etc. O CEI é formado por oficiais egressos destas corporações, servidores do sistema de segurança pública, como agentes e delegados, e também de pessoal técnico das áreas de Telecomunicações e T.I (conjunto de recursos não humanos dedicados ao armazenamento, processamento e comunicação da informação), todos com vivência na área de inteligência”.
Operando o Big Brother
As duas unidades adquiridas e em fase de recebimento pelo órgão demandaram o treinamento de pilotos qualificados para voar VANT, instrução fornecida pelo representante do fabricante no Brasil, a Swissteps “Nosso instrutor de VANT é piloto qualificado em asa fixa e rotativa; o curso visa fornecer ao operador/piloto de VANT noções básicas de aviação geral como fraseologia de rádio, navegação aérea, aerodinâmica, meteorologia e normas operacionais e de segurança de voo” afirma Hudson Lima, Diretor Comercial da Swissteps para o Brasil, e continua “O SWT 700 é extremamente automatizado, a carga de trabalho do operador é bastante reduzida, o que permite extrair o máximo de rendimento na operação dos sensores do VANT por parte da equipe no solo. Seu voo é orientado por parâmetros de sinais GPS programados através de waypoints inseridos na tela de um notebook com caneta de toque e moving map, de simbologia extremamente simples. Resumindo, é um helicóptero sem piloto extremamente seguro de operar, e fácil de ser empregado. A alta tecnologia permite um sem número de pacotes de sensores, até o máximo de 25 kg de carga paga. Trata-se do melhor de sua classe, pronto para emprego, no mercado de segurança pública em todo o mundo”
Operação Veraneio
Visando o treinamento das equipes de voo e a normatização de procedimentos operacionais e checagem da integração câmera de vídeo HD X transmissão/recepção de imagens e retransmissão em rede on line, o CEI deslocou para Salinópolis, balneário situado a cerca de 260 km de Belém, duas equipes de pilotos/mecânicos e os dois VANT, além dos policiais usualmente envolvidos neste tipo de situação, oriundos do Corpo de Bombeiros, Polícia Rodoviária Estadual, Polícia Militar e Secretaria de Segurança Pública. Salinópolis recebe intenso tráfego de ônibus de turistas nos fins de semana (média de 500 por domingo de verão), além de centenas de veículos particulares, especialmente pick-ups, o costume local é trafegar pela areia da praia, transformada em uma avenida informal de duas mãos, com direito a parada de ônibus.
Para monitorar do ar a chegada e saída de tantos turistas e freqüentadores, foi empregado o SWT 700 Police, tudo cercado de cuidados extremos com a segurança, como explica o Major PM Edivan “Decidimos restringir a altitude de operação do VANT para um teto máximo de cinqüenta metros de altitude, dentro de um Box de no máximo dois km de raio, observando a proibição de sobrevôo da linha da praia e de construções, e mantendo contato visual todo o tempo, como medida adicional de segurança. Mesmo estando restritos ao espaço aéreo em volta do grande trevo rodoviário que dá acesso ao balneário, os voos comprovaram as capacidades de automação e facilidade de emprego, qualidade da imagem da câmera de vídeo gira estabilizada (a cores), e a perfeita integração da transmissão-recepção de sinais de comando e de vídeo do VANT SWT 700. Pudemos treinar nosso pessoal de voo e de solo, e assim começar a estabelecer doutrinas de emprego. O aparelho possui como diferencial de operação a sua capacidade de voo pairado, fixo sobre determinado objetivo, fornecendo inteligência em tempo real transmitida para o solo, e caso necessário, retransmitida para centrais de controle que podem estar a quilômetros de distância do fato. Inclusive, as imagens geradas em Salinópolis pelo VANT foram retransmitidas on-line via internet por satélite para Belém, e visualizadas na sede do CEI. Outro ponto importante é a capacidade de discrição do SWT 700, dependendo da altitude em que o voo pairado for realizado, o VANT não é percebido nem ouvido pelo alvo no chão, uma grande vantagem em operações policiais de inteligência e fator extra de segurança de voo”.
SUPORTE OPERACIONAL DO VANT HELI
Para operar os VANT Heli, o sistema faz uso de um veículo furgão chassi longo transformado em central de comando e controle e equipado com tecnologia no estado da arte em sistemas de monitoramento e vigilância, como a integração de computadores de alto desempenho, telas LCD a cores, barras USB multifuncionais, leitores de mídias digitais como cartões de memória, teclados dotados de track ball e mini manche, estes usados para a operação de câmera Speed Dome destacável, normalmente colocada no teto do veículo e usada para acompanhar o VANT em voo ou reconhecer o perímetro, além de conexões para sistemas diversos de comunicações e transferência de dados. O furgão possui sistemas independentes de ar condicionado, gerenciamento de energia elétrica e de suporte de vida.
Para os operadores, o veículo reserva uma mini-geladeira, microondas, banheiro químico, bancada conversível em estrado-leito, assentos ergonômicos e controle remoto do ar condicionado. Na parte de apoio e mecânica, o furgão embarca o VANT em case especial anti-choque, usado durante o deslocamento; em campo a viatura provisiona ferramental de manutenção, peças de reposição e sistema de geração autônoma de energia para recarga de baterias utilizadas nas aeronaves VANT, através de gerador portátil silencioso. Externamente, o veículo é exatamente igual aos seus pares de uso comercial, portanto, seu uso pode ser bem discreto, se necessário.
UM HELI VANT VERSÀTIL
O SWT 700 apresenta muitas facilidades. As baterias para o sistema de transmissão e recepção de sinais da câmera e sensores associados, sistema de navegação GPS e do sistema Fail Safe Return (que garante a volta do VANT ao ponto de decolagem, em caso de perda de sinal, com pouso automático) são do tipo LiPo usadas massivamente no aeromodelismo elétrico, sendo portanto de fácil aquisição, manutenção e reposição. Sua operação é extremamente automatizada, um cuidado a mais do fabricante com aspectos da segurança de vôo, daí o amplo uso de sensores especiais de telemetria instalados na máquina. O operador sabe todo o tempo a temperatura do motor durante um vôo pairado, se os sistemas elétricos diversos estão operativos e com as baterias carregadas e funcionais, os dados mostrados na tela do notebook acoplado a maleta de vôo, tudo numa simbologia extremamente simples e intuitiva, com menus em cascata ativados pelo toque da caneta na tela.
No caso do Estado do Pará, o cuidado na introdução em serviço do SWT 700 resultou no emprego de pessoal oriundo da aviação de asas rotativas de segurança pública do estado, visando determinar critérios rigorosos de segurança nos modos de uso e emprego desta nova ferramenta. As tarefas são divididas em duas partes, fase um, todos os checks e atividades previstas no pré-voo, e fase dois, execução da manutenção preventiva dos VANT no pós-vôo. A aviação de segurança pública do estado do Pará já opera há seis anos com asas rotativas, usando uma aeronave Esquilo HB 350 B2, e com asas fixas, utilizando um motoplanador Ximango (GRAER PMPA), portanto já existe uma cultura operacional que certamente permite voar o SWT 700 com segurança.
A chegada de uma novidade como o VANT Heli demanda um tempo para sua assimilação, e sobre isso a equipe de campo do CEI nos conta suas impressões “O VANT tem um potencial enorme, e sua chegada aqui foi um marco, termos a nossa disposição um equipamento de ponta, realmente capaz de ir, ver e vencer, isso motiva o militar para melhor cumprir sua missão. O CEI está na condução do processo, determinando as formas mais corretas de emprego do VANT, sempre em estreito contato com a ANAC, Comando da Força Aérea e demais órgãos responsáveis pelo estabelecimento das chamadas normas padrão de operação, ainda incipientes. Estamos conversando com todos, e dispostos a adquirir o máximo de conhecimentos necessários a uma correta operação do SWT 700 Police. O VANT Heli veio para ficar, é uma necessidade, e nos sentimos realmente orgulhosos do pioneirismo que obtivemos aqui em nosso estado e no Brasil”.
Outro aspecto importante, e reforçado pelo Major Edivan, foi a questão da sinergia de recursos “o VANT tem o custo de hora de voo muito inferior ao de um helicóptero convencional (cerca de R$60,00 para o VANT) e pode assim assumir uma série de missões, economizando recursos e hora de voo para as missões onde o helicóptero real seja imprescindível, como desastres naturais, busca e resgate e operações policiais de cunho mais operacional, que exijam o uso do helicóptero policial como plataforma de tiro e perseguição, por exemplo. São aspectos que não podem ser negligenciados pelos profissionais de segurança pública. O VANT Heli veio para somar esforços, agilizando ações e permitindo um combate da criminalidade mais eficaz. O foco central de uso é termos a exata noção da amplitude de um problema, no momento em que ele estiver ocorrendo, e assim decidirmos qual a ação necessária imediatamente, mesmo que os fatos estejam distantes 500 km de Belém, pois está demonstrado na prática que o SWT 700 e as soluções de T.I e Telecomunicações utilizadas pelo CEI se integraram perfeitamente, permitindo aos gestores da segurança pública do estado do Pará, saber o que, onde e agora, já, on line! Isso é uma vantagem estratégica fundamental”.
Próximos Passos
O VANT não deve ficar restrito somente as operações em áreas urbanas e rurais, e segundo o Major Edivam “Os VANT Heli deverão futuramente se tornar peça importante da vigilância das fronteiras do estado (o Pará faz divisa com Guiana Francesa e Suriname), pois é parte da política da SENASP e do Governo Federal – em conjunto com o Governo do Estado – apoiar a instalação dos chamados PEFRON (Pelotões Policiais de Fronteira), unidades estrategicamente dispostas em locais onde ocorra uma carência da presença do estado e seus órgãos de segurança pública como Polícia Cívil e seus profissionais (Médico Legista, Perito Criminal, Datiloscopista, etc), além de efetivos da polícia militar. As possibilidades são inúmeras, e posso afirmar que nunca se investiu tanto na área de inteligência em segurança pública como agora, no nosso estado. Estamos atentos as novidades que a tecnologia pode oferecer, e o VANT SWT 700 Police se mostrou um grande aliado para cumprirmos com sucesso a nossa missão, que é de proteger as vidas e os interesses dos cidadãos do Estado do Pará”.
Confira as fotos do equipamento

Texto e Fotos: Roberto Caiafa (roberto.caiafa@gmail.com)

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