sexta-feira, 15 de março de 2024

Seis meses depois, ocorre outro incêndio a bordo Fragata “Rademaker”, sem baixas na tripulação.

 A Marinha do Brasil (MB), por meio do Comando da Força de Superfície, informa que, na manhã desta sexta-feira (15), ocorreu um incêndio de pequenas proporções na Fragata “Rademaker”

Cinco militares permaneceram em observação, sem gravidade, em Unidades de Saúde da Marinha em virtude da inalação de fumaça, e receberam alta no início da noite de sexta-feira. 

Fotos: Roberto Caiafa

Os demais tripulantes encontram-se em bom estado de saúde. 

O navio realizava um serviço de rotina no piso de um alojamento, cumprindo todos os procedimentos de segurança previstos, quando o incêndio ocorreu. 

A tripulação teve êxito no combate ao incêndio, empregando procedimentos rotineiramente treinados e seguindo todas as normas de segurança para esse tipo de sinistro a bordo. 

A Marinha reforça que está prestando apoio aos militares envolvidos e ressalta que não houve vazamento de óleo no mar ou qualquer ocorrência de poluição hídrica.

Fotos: Roberto Caiafa

Primeiro C-390 Millennium Húngaro é flagrado retornando para pouso em Gavião Peixoto

 








Vice-Presidente de Engenharia e Desenvolvimento Tecnológico da Embraer, Luís Carlos Affonso, é homenageado com primeiro Prêmio Pathfinder

 

 

O Vice-Presidente de Engenharia e Desenvolvimento Tecnológico da Embraer, Luís Carlos Affonso, foi apresentado na noite de ontem, durante a 66ª edição do Aviation Week Network’s Laureate Awards, como o primeiro vencedor do Prêmio Pathfinder. 


A prestigiada premiação reconheceu sua significante contribuição de mais de 41 anos ao desenvolvimento da indústria aeroespacial. 


O evento é uma das maiores cerimônias anuais do setor aeroespacial e foi realizado no National Building Museum em Washington, DC, nos Estados Unidos.

 

“É uma grande honra ser escolhido para o primeiro Prêmio Pathfinder. Este reconhecimento é uma homenagem a todos da Embraer e ao espírito de uma equipe que nos faz voar cada dia mais alto. Gostaria de dedicar este prêmio à minha família e aos colaboradores da Embraer de hoje e do passado, cuja competência, criatividade e paixão por fazer a diferença tornaram todos os nossos projetos possíveis”, disse Affonso, que ingressou na Embraer em 1983 e liderou, em diferentes cargos, o lançamento e desenvolvimento de novas aeronaves comerciais e executivas da empresa desde a sua privatização em 1994.

 

“Estou extremamente orgulhoso da forte cultura que desenvolvemos na Embraer, que foi inspirada por nossos fundadores a pensar grande com muita empatia pelos nossos clientes, a criar produtos inovadores, diferenciados e seguros, e então ter a competência e paixão por fazer acontecer. Gostaria de agradecer aos colaboradores, líderes, clientes e parceiros com quem tive o privilégio de trabalhar, pois foram pessoas muito importantes nesta trajetória de vida e enriqueceram minhas experiências profissionais e pessoais.”

 

Como Vice-Presidente de Engenharia e Desenvolvimento Tecnológico da Embraer, Luís Carlos Affonso é parte do time que liderou a bem-sucedida recuperação dos negócios da empresa nos últimos anos. Atualmente, lidera o desenvolvimento de novas tecnologias que promoverão uma aviação mais sustentável no futuro, bem como soluções inovadoras para a mobilidade aérea urbana.

 


 

Biografia

Luís Carlos Affonso é Vice-Presidente de Engenharia e Desenvolvimento Tecnológico da Embraer desde julho de 2020, reportando-se ao Presidente e CEO da Companhia. Acumula também, desde maio de 2022, a Presidência do Conselho de Administração da EVE Air Mobility, empresa dedicada à mobilidade aérea urbana.

 

Após ocupar diversas posições de crescentes responsabilidades, Luís Carlos Affonso foi indicado, em 1995, a Diretor de Engenharia e Engenheiro-Chefe, sendo responsável pelo desenvolvimento e certificação da família de jatos regionais ERJ-145, que entrou em serviço em 1996 e permitiu a recuperação da Embraer após a privatização ocorrida dois anos antes.

 

A partir de 1999, Affonso liderou o desenvolvimento da família EMBRAER 170/190, os E-Jets E1, desde o lançamento até a entrada em serviço em 2004. Essas aeronaves se tornaram um dos maiores sucessos da história da aviação comercial mundial, posicionando a Embraer como empresa líder neste segmento de mercado.

 

Entre 2005 e 2011, foi o primeiro Presidente & CEO da recém-criada Unidade de Negócios da Aviação Executiva, lançando as famílias de aeronaves Phenom e Praetors e estruturando todas as funções da nova Unidade. Posteriormente, assumiu como Vice-Presidente de Operações e COO da unidade de Aviação Comercial até 2017, quando liderou o lançamento e desenvolvimento dos jatos E-Jets E2 até sua entrada em serviço. Foi responsável posteriormente pelas áreas de Estratégia Corporativa, Inovação e Transformação Digital, colaborando com o lançamento da EVE, uma companhia dedicada à mobilidade aérea urbana.

 

Affonso é graduado em Engenharia Aeronáutica pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e obteve MBA pela Fundação Instituto de Administração (FIA), em conexão com a Universidade de São Paulo (USP), e concluiu programas executivos em gestão e estratégia pela University of Michigan Business School e MIT Sloan School of Management.

 

Affonso é um experiente piloto de planador e tetracampeão brasileiro de voo a vela. Também tem licença de piloto comercial com habilitação multimotor e IFR, e é habilitado para voar os jatos executivos Phenom 100 e Phenom 300 e os E-Jets.



 

Sobre a Embraer

Empresa aeroespacial global com sede no Brasil, a Embraer atua nos segmentos de Aviação Comercial, Aviação Executiva, Defesa & Segurança e Aviação Agrícola. A Companhia projeta, desenvolve, fabrica e comercializa aeronaves e sistemas, além de fornecer Serviços & Suporte a clientes no pós-venda.

 

Desde sua fundação, em 1969, a Embraer já entregou mais de 8 mil aeronaves. Em média, a cada 10 segundos uma aeronave fabricada pela Embraer decola de algum lugar do mundo, transportando anualmente mais de 145 milhões de passageiros.

 

A Embraer é líder na fabricação de jatos comerciais de até 150 assentos e a principal exportadora de bens de alto valor agregado do Brasil. A empresa mantém unidades industriais, escritórios, centros de serviço e de distribuição de peças, entre outras atividades, nas Américas, África, Ásia e Europa.

quinta-feira, 14 de março de 2024

Brasil & India 2+2, Diálogo Político Militar entre dois integrantes do BRICS acontece em Nova Delhi.

O Primeiro Diálogo Político e Militar 2+2 foi realizado entre a Índia e um de seus principais parceiros do BRICS, o Brasil, em Nova Delhi, na quinta-feira, um marco significativo nas relações bilaterais. 

A delegação brasileira foi liderada pelo diretor do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, Marcelo Camara, e pelo contra-almirante Fernando de Luca Marques de Oliveira.

Pelo lado indiano, participaram das conversações Randhir Jaiswal, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, e a reunião foi co-presidida pelo secretário adicional do Ministério das Relações Exteriores, G. V. Srinivas, e pelo secretário conjunto do Ministério da Defesa, Vishwesh Negi.



 As discussões se concentraram em defesa, espaço, energia, minerais críticos, tecnologia, contraterrorismo e questões regionais, multilaterais e outras de interesse mútuo, segundo uma postagem no X do Ministério das Relações Exteriores da Índia (MEA). "Energizando a parceria estratégica Índia-Brasil! Primeiro Diálogo Político e Militar (2+2) Índia-Brasil realizado em Nova Delhi", disse o Ministério das Relações Exteriores na postagem.

No setor de Defesa, os indianos negociam com o Brasil (leia-se Embraer Defesa e Segurança) a compra de jatos de transporte militar C-390 Millennium para substituir antiquadas aeronaves de origem soviética, enquanto oferecem ao Brasil um sistema de Defesa Antiaérea denominado Akash NG, em fase final de desenvolvimento e que pode atender aos requerimentos (parcialmente) do Exército Brasileiro no que é conhecido como "Programa Estratégico do Exército Defesa Antiaérea".




Esse PEE, com previsão original de implementação até o início da próxima década, prevê a compra de sistemas de mísseis terra - ar antiaéreos capazes de cobrir as médias distâncias e altitudes engajando múltiplos alvos como aeronaves de ataque, mísseis de cruzeiro, armas stand-off e, futuramente, armamento hipersônico.

De fato, nenhuma das três forças (exército, marinha e força aérea) possuem capacidade superfície-ar moderna de médio alcance. 

Até que os mísseis MBDA SEACEPTOR estejam operacionais em inéditos lançadores verticais instalados na primeira fragata Tamandaré, o mais "moderno" sistema disponível ao Brasil, e somente para emprego naval, é o vetusto ASPIDE 2000/SPADA 2000, que basicamente é uma versão superfície-ar do míssil Sparrow extensivamente melhorada e modificada pela Selenia, a k a MBDA.

Adquiridos no final da década de 1990, esses mísseis já estão completando 20 anos de serviço nas fragatas Classe Niterói sobreviventes, prestes a serem substituídas pelas MEKO A100 fabricadas localmente.

AKASH NG

O sistema Akash NG está sendo desenvolvido pela Organização de Pesquisa e Desenvolvimento de Defesa (DRDO) e produzido pela Bharat Dynamics Limited (BDL ) e Bharat Electronics (BEL).


Lançadora Móvel Akash NG com giro de 360º

Em fase final de desenvolvimento, é a segunda geração, bastante modificada, do sistema antiaéreo Akash original, eliminando as falhas e fraquezas mais conhecidas da primeira versão, e aumentando o alcance efetivo, a letalidade e a quantidade de alvos que podem ser engajados simultaneamente por um míssil completamente novo em aerodinâmica, propulsão e método de guiamento.

De concepção modular, os lançadores podem ser conectados a uma central de comando e controle combinado com radares de busca e aquisição de alvos que usam conexões protegidas
para disseminar a informação para as baterias que compõem o sistema.

Em termos de performances, o Akash NG é considerado de curto-médio alcance, com capacidade de interceptação de múltiplos alvos até 70/80 km de alcance, algo que não atende totalmente aos requisitos do Exército Brasileiro, mas pode ser um excelente negócio levando-se em conta o significado estratégico no plano geopolítico: Índia fornece ao Brasil sistemas antiaéreos inéditos, aos quais o Brasil nunca teve acesso, e a Índia torna-se mais um feliz operador (e co - fabricante) do C-390 Millennium, remodelando completamente sua capacidade de remanejar tropas e suprimentos em distâncias continentais.




Outra vantagem é o fato do Akash NG estar em fase final de desenvolvimento, o que diminui bastante o risco de integração com sistemas brasileiros como radar M200 Multimissão, proposto pela Embraer e atualmente com seu desenvolvimento transcorrendo em um ritmo que só pode ser definido como lento.

Esperava-se a revelação desse radar na LAAD 2023, há quase um ano, e a verdade é que desde então praticamente não houve nenhum anúncio da Embraer sobre essa nova versão. 

Quem apareceu bastante nos noticiários sendo testado na Amazônia foi a versão inicial M200 Vigilante, bastante capaz mas ainda considerado um radar de curto alcance e baixas altitudes. 

Sua vantagem principal é o desempenho muitíssimo superior ao SABER M60, apesar do custo de aquisição maior. 

Porém, é incerto afirmar se o negócio entre Brasil e Índia poderá incluirá radares e outras capacidades da indústria brasileira, ou se o negócio será fechado, caso se concretize, inteiramente com componentes indianos.




terça-feira, 12 de março de 2024

C295 atinge 300 pedidos: a história de um líder global

 A aeronave de transporte tático médio Airbus C295 atingiu 300 pedidos. 

Do Oceano Pacífico ao deserto da Arábia, da selva tropical ao Sahel e às estepes do Cazaquistão, o C295 e a sua quota de mercado tornaram-se uma história de sucesso para a indústria aeroespacial europeia e espanhola.




Aqui estão 45 fatos e números interessantes sobre a aeronave:

Do primeiro C295 ao 300


1. O Airbus C295 atingiu 300 encomendas após a aquisição pela República do Cazaquistão de uma terceira aeronave, em configuração de transporte, para o Serviço de Aviação do Comitê de Segurança Nacional. Esta nova aeronave junta-se aos dois C295 já operados por esta agência.

2. Em 1999, a Força Aérea e Espacial Espanhola tornou-se o primeiro cliente do C295 ao adquirir nove aeronaves, em configuração de transporte, sendo a primeira aeronave entregue em 2000.

 

3. O C295 é líder de mercado na categoria de transporte tático médio, com mais de 80% do mercado. Existem atualmente 41 operadoras de 37 países na Europa, Américas, África e Ásia. Destes 41 operadores, 19 repetiram encomendas.

4. A Índia é o maior cliente do C295, com 56 unidades, 16 montadas em Sevilha e as restantes a serem montadas pela Tata em Vadodara, na Índia. Em setembro de 2023, a Força Aérea Indiana (IAF) recebeu a primeira aeronave. A entrega da segunda aeronave está prevista para maio de 2024 e as próximas 14 serão entregues na proporção de uma por mês até agosto de 2025.

5. Até o momento, o C295 acumulou 610 mil horas de voo entre todos os seus operadores. A operadora com maior número de horas de voo é a Força Aérea e Espacial Espanhola, com mais de 90.000 horas de voo. A Força Aérea Brasileira possui o C295 com maior número de horas de voo, acumulando mais de 9.000 horas de voo.

 

Cidadão global


6. Após o sucesso do C212 e do CN235, a Construcciones Aeronáuticas (CASA), origem da Airbus em Espanha, decidiu lançar o C295, a evolução natural do CN235, uma aeronave um pouco maior com 50% mais capacidades.

 

7. Comparado ao seu antecessor, o C295 é caracterizado por um motor mais potente, o Pratt & Whitney Canada PW100 de 2645 cv, uma nova hélice, uma asa redesenhada, entre outras mudanças, mas mantendo ao máximo a semelhança entre ambas as plataformas .

 

8. O nome C295 significa C para CASA, 2 para o número de motores e 95 para a carga útil máxima inicialmente prevista: 9,5 toneladas.

 

9. O programa foi lançado oficialmente em 1996, a construção do primeiro protótipo começou no início de 1997 e o primeiro voo ocorreu em Novembro desse ano em Getafe, Madrid. Em novembro de 1999, o Instituto Nacional Espanhol de Tecnologia Aeroespacial (INTA) certificou militarmente a aeronave pela primeira vez.

10. O desenvolvimento da aeronave é realizado por engenheiros da Airbus, principalmente espanhóis, mas continua a ser uma história de sucesso do esforço europeu da Airbus.

 

11. A 35ª Ala da Força Aérea e Espacial Espanhola opera a sua frota de C295 em configuração de transporte a partir da Base Aérea de Getafe. Por exemplo, estes C295 fazem parte do Destacamento de Marfim no Senegal para apoiar o Mali na luta contra o jihadismo. 

 

12. O Instituto Nacional Espanhol de Tecnologia Aeroespacial (INTA) opera um C295 desde 2023 para investigação científica, como a recolha de dados geoespaciais (agricultura, geologia, atmosfera, águas interiores).

13. Em dezembro de 2023, o Ministério da Defesa espanhol também adquiriu 16 C295 em configurações de patrulha marítima e vigilância. Estas aeronaves, que serão concebidas e fabricadas inteiramente em Espanha, reforçam a pegada industrial de defesa e a soberania nacional.

 

14. O C295 MPA adquirido pela Espanha é a configuração de missão mais avançada e o C295 com as capacidades mais elevadas. Um grande projeto de desenvolvimento que reunirá as mais recentes tecnologias para proporcionar uma grande vantagem operacional ao nosso cliente.

 

Produção, manutenção e treinamento


15. Os trabalhos de projeto e engenharia do C295 são realizados nas instalações da Airbus em Getafe.

 

16. A fábrica de Tablada em Sevilha realiza a pré-montagem de grandes componentes do C295, como a fuselagem, que é posteriormente montada na linha de montagem final (FAL).

17. O C295 FAL está localizado nas instalações da Airbus em San Pablo Sur, em Sevilha.

 

18. A montagem de uma aeronave é um processo complexo que depende de muitas variáveis ​​de fabrico mas, a título aproximado, pode dizer-se que um C295 em configuração de transporte é entregue num período entre um e dois anos. Os prazos de entrega para uma versão de missão padrão seriam de 2 anos. Este tempo pode aumentar dependendo da configuração selecionada.

19. Entre 200 e 250 pessoas estão diretamente envolvidas no processo de fabricação do C295.

 

20. O processo de montagem final é dividido em quatro partes: integração, testes, pintura e voo.

 

21. A produção do C295 é caracterizada pela digitalização, sendo utilizados tablets ou óculos de realidade mista para montar as peças em vez de papel.

 

22. Outro FAL está atualmente em construção em Vadodara, na Índia, para a produção de 40 dos 56 C295 da Força Aérea Indiana. A entrega do primeiro C295 “Make in India” está prevista para 2026.

23. A instalação de San Pablo Norte realiza manutenção, reparo e revisão (MRO) em C295 já em serviço com vários clientes.

 

24. Pilotos, técnicos de manutenção e loadmasters de diversos clientes do C295 são treinados no Centro Internacional de Treinamento (ITC) em San Pablo, com cursos com duração de 2 a 60 dias. O ITC possui dois simuladores de voo C295, um com aviônicos Thales e outro com aviônicos Collins. 

 

25. Desde a entrega da primeira aeronave C295, aproximadamente 700 pilotos e 1.700 técnicos de manutenção foram treinados e qualificados no ITC.

26. A Airbus fornece apoio nas bases aéreas dos operadores C295 através do seu pessoal de serviço para garantir a maior disponibilidade possível da frota. Os representantes de serviço de campo da Airbus (FSR) estão atualmente implantados em bases C295 em Burkina Faso, Brunei, Canadá, Colômbia, Egito, Índia, Irlanda, Cazaquistão, México, Portugal, Senegal, Sérvia e Emirados Árabes Unidos.

 

Versões


27. O C295 caracteriza-se pela sua versatilidade, tanto em termos de missões como de configurações. A versão mais vendida do C295 é a versão de transporte, capaz de transportar 70 militares ou 48 paraquedistas, pessoal VIP, cargas de contêineres, veículos ou paletes. Sérvia, Polónia e México são alguns dos operadores da versão de transporte.

28. O C295 pode ser convertido em ambulância aérea com até 24 macas e 7 auxiliares médicos ou até cuidados intensivos. Durante a crise da COVID-19, em catástrofes humanitárias como o Ciclone Idai em Moçambique ou em conflitos de guerra como o Afeganistão ou o Mali, o C295 tem sido utilizado na configuração de evacuação médica (MEDEVAC).

 

29. A versão de patrulha marítima (C295 MPA) realiza missões de vigilância, guerra anti-submarina e anti-superfície, graças ao uso de sensores ativos e passivos, um detector de anomalias magnéticas e um radar de alto desempenho.

 

30. A vigilância marítima e terrestre e a busca e salvamento são as principais missões da variante MSA (Aeronave de Vigilância Marítima), adquirida por Portugal, Chile, Omã, Brasil, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Canadá, Irlanda, Angola e Espanha.

31. O C295 também pode ser configurado para apoiar Operações Especiais, com configurações incrementais que vão desde uma aeronave de transporte até uma aeronave de missão armada internamente e/ou sob as asas para realizar operações de apoio aéreo aproximado (CAS).

32. Os C295 de missão estão equipados com o sistema de missão FITS (Fully Integrated Tactical System), desenvolvido pela Airbus Defence and Space, que permite ao C295 desempenhar funções que vão desde guerra anti-submarina e anti-superfície (ASW) até busca e salvamento. (SAR), patrulha marítima (MPA), inteligência de sinais (SIGINT) e proteção ambiental, entre outros. O FITS pode ser operado remotamente a partir de terra.

 

33. O C295 também pode ser utilizado como avião-tanque para reabastecimento aéreo de outras aeronaves ou helicópteros, tanto em operações diurnas quanto noturnas. Isto requer a instalação de um kit roll-on/roll-off.

 

Missões


34. Versatilidade, confiabilidade e baixo custo são as marcas registradas do C295 e fizeram dele um sucesso global. Nas implantações mais exigentes, alcançou taxas de disponibilidade da frota superiores a 95%. É o caso dos dois C295 da Força Aérea e Espacial Espanhola, que operaram uma média de 160 horas por mês durante 11 meses no Chade em apoio à missão da EUFOR para melhorar a segurança na região.

 

35. O Senegal está a utilizar o C295 na Missão Multidimensional Integrada das Nações Unidas para a Estabilização no Mali (MINUSMA). Por exemplo, em apenas 14 dias em 2024, realizaram 28 voos com uma média de 16 horas por dia (221 horas no total). Durante estes voos, percorreram 43.400 milhas náuticas (cerca de 80.000 km) e transportaram 1.000 passageiros e 56 toneladas de carga (com uma média de 2 toneladas de carga e 35 passageiros por voo).

36. O C295 é capaz de decolar e pousar em pistas curtas (STOL), de superfície macia e não pavimentadas, tornando-o a aeronave ideal para teatros de operação em todo o mundo, desde climas desérticos e áridos até climas frios e tropicais.

 

37. Um exemplo de capacidade STOL é a utilização de estradas pelos C295 polacos ou finlandeses como pistas para se prepararem para um ataque.

38. Em junho de 2023, um C295 da Força Aérea Colombiana transportou as quatro crianças que haviam passado quarenta dias perdidas na selva colombiana para um hospital em Bogotá. Assim que se soube que as crianças haviam sido encontradas, um C295 foi modificado em apenas uma hora e meia para se tornar uma ambulância aérea. O piloto pousou com óculos de visão noturna em uma pista despreparada e sem torre, onde as crianças foram recolhidas e levadas de avião para Bogotá.

 

39. O C295 navega em altitudes de até 30.000 pés, mas também se destaca em baixas altitudes e baixas velocidades, ideal para missões de patrulha marítima.

40. As missões dos dois C295 do Irish Air Corps incluem a monitorização da pesca ilegal nos seus pesqueiros e da poluição proveniente de navios perto das suas costas.

 

41. Portugal utiliza frequentemente os seus C295 para transportar pacientes que necessitam de cuidados médicos entre as ilhas dos Açores ou do arquipélago da Madeira ou para o continente.

 

42. Durante a crise da COVID-19, a 35ª ala da Força Aérea e Espacial Espanhola transportou máscaras e rações alimentares num C295 para a ilha de Tenerife, na costa de África, enquanto as autoridades brasileiras carregavam a aeronave com respiradores em São Paulo , com destino a Fortaleza, no Nordeste do país. Outros operadores do C295 utilizaram-no para transportar cidadãos infectados com o vírus.

43. A Marinha do Chile utilizou seus C295 para apoiar o combate a incêndios na região de Biobío, no sul do país, enquanto a Colômbia utilizou a aeronave para criar linhas de água para combater incêndios em Vichada, na fronteira com a Venezuela.

 

44. O C295 também é utilizado para o envio de material humanitário, como é o caso da Força Aérea Filipina, que enviou 1.500 caixas de ajuda para Visayas e Mindanao após as inundações que afectaram estas regiões do país.

45. O C295 também pode voar com até 50% de combustível de aviação sustentável (SAF), uma mistura de óleos usados, vegetais e gorduras, livre de aromáticos e enxofre, sem modificações na aeronave, como parte da meta de descarbonização da aviação militar.