O Governo de Minas Gerais entrega à população mineira a mais ousada obra da capital mineira nas últimas décadas: a Cidade Administrativa Presidente Tancredo Neves. O moderno complexo de prédios projetado pelo mestre da arquitetura mundial Oscar Niemeyer abrigará a administração direta e indireta do Estado, implantando o terceiro pilar traçado no Plano Mineiro de Desenvolvimento Integrado (PMDI), elaborado para assegurar o crescimento econômico e o progresso social para os mineiros no período 2003-2023.
Para vencer o desafio de criar as condições estruturais necessárias à implantação de um novo modelo de Estado, saneando finanças e buscando eficiência da máquina pública, três projetos estruturadores foram definidos: "Choque de Gestão: Pessoas, Qualidade e Inovação na Administração Pública", "Modernização da Receita" e "Centro Administrativo de Minas Gerais".
Ao final de um processo planejado, um total de 16.300 servidores trabalharão reunidos no complexo administrativo, inaugurando também um novo polo de desenvolvimento para Belo Horizonte e parte da Região Metropolitana.
A Cidade Administrativa, localizada às margens da Linha Verde (rodovia MG 010), dota a capital de um novo traçado e abre caminho para sua mais importante expansão desde a década de 40, com a construção do conjunto arquitetônico da Pampulha, localizado também na região Norte.
Passados 67 anos da inauguração da obra de Juscelino Kubitschek, o Governo do Estado torna o Vetor Norte o novo eixo de crescimento da cidade, revertendo em definitivo o processo de empobrecimento marcado pelo crescimento demográfico e empobrecimento socioeconômico da região.
Ao iniciar a chamada "Segunda Geração do Choque de Gestão", o Governo de Minas reafirma seu compromisso maior com a sociedade a partir de uma administração pautada pelo cuidado com o gasto público e pelo binômio: qualidade e gestão eficiente. O objetivo é gastar menos com o Governo para gastar mais com as pessoas.
A pedra fundamental da Cidade Administrativa foi lançada em abril de 2007 e as obras iniciadas em dezembro do mesmo ano. Dois anos depois, o complexo de 265 mil metros quadrados de área construída encontra-se concluído.
Três consórcios de empresas venceram a licitação pública e responderam pela execução das obras. Todo planejamento para construção foi previsto nos editais de concorrência que especificaram desde o volume de concreto, aço e número de vigas em cada edifício até a quantidade e tipo do material de acabamento utilizado, como, por exemplo, fios elétricos, fibra ótica, tomadas e lâmpadas.
O detalhamento rigoroso dos projetos executivos e o acompanhamento diário do cronograma das obras permitiram a execução em tempo recorde e o cumprimento dos preços estabelecidos nos contratos no valor de R$ 949 milhões. Não foram utilizados recursos do Tesouro do Estado na obra. O investimento foi integralmente custeado pela Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemig), cuja receita tem destinação exclusiva para investimentos em infraestrutura do Estado.
A Codemig respondeu pelo acompanhamento das obras. Cerca de 10 mil empregos foram gerados desde o início dos trabalhos há 26 meses.
Cidade Administrativa - Arquitetura e engenharia
O traçado de Oscar Niemeyer em Belo Horizonte chama a atenção pela modernidade e grandiosidade. As sinuosas curvas do conjunto arquitetônico da Pampulha, projetado nos anos 40, deram nova identidade para a região Norte da capital mineira e se transformaram no principal cartão postal da cidade, hoje cultuado por todos os brasileiros.
Ao projetar a Cidade Administrativa de Minas Gerais, sete décadas depois, Oscar Niemeyer permitiu que a engenharia e a construção civil, mais uma vez, dessem um passo à frente e acompanhassem suas ideias modernistas. O arquiteto traçou o maior prédio suspenso do mundo para abrigar a nova sede do Governo. Com vão livre de 147 metros de comprimento e 26 metros de largura, o Palácio Tiradentes é considerado uma das mais ousadas obras do arquiteto em 70 anos de carreira.
Agora inaugurada, a Cidade Administrativa torna-se um importante e novo marco da arquitetura moderna e urbanística de Belo Horizonte e do país, impulsionando em definitivo o processo de expansão urbana e valorização do Vetor Norte da Região Metropolitana de Belo Horizonte.
No Brasil, três obras ficaram famosas por desafiarem a engenharia, o Museu de Arte de São Paulo (Masp), a ponte Octávio Frias de Oliveira, em São Paulo, e a ponte Hercílio Luz, em Florianópolis (SC).
Oscar Niemeyer - seu legado a BH
Com o projeto da Cidade Administrativa, Oscar Niemeyer, aos 102 anos, consolida seu legado arquitetônico na capital mineira. Ele deixou sua marca em outras 14 obras em Belo Horizonte: o Edifício Niemeyer, na Praça da Liberdade; Conjunto JK (Barro Preto), a Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa (Praça da Liberdade), o Colégio Estadual Central (Lourdes) e o Palácio das Artes (Centro).
Niemeyer assinou juntamente com o engenheiro Lúcio Costa, o projeto arquitetônico de Brasília, inaugurada em 1960, obra que lhe rendeu prestígio internacional. No Brasil, projetou obras importantes como os conjuntos Ibirapuera, e o Memorial da América Latina, em São Paulo; o Museu de Arte Moderna de Brasília; o Riocentro, no Rio de Janeiro, o Museu de Arte Contemporânea e o Caminho Niemeyer, em Niterói (RJ). O arquiteto deixou sua marca também pelo mundo, em projetos como a Sede das Nações Unidas, em Nova York; o Museu de Arte Moderna de Caracas, na Venezuela e a Sede do Partido Comunista em Paris, entre vários outros.
Cidade Administrativa - Mais desenvolvimento
A expansão urbana de Belo Horizonte nas últimas décadas favoreceu o desenvolvimento de algumas regiões em prejuízo de outras. Mesmo com uma geografia privilegiada com amplos espaços e acesso aos principais eixos rodoviários do entorno da capital, o Vetor Norte apresentava baixos índices de desenvolvimento humano, com elevado crescimento demográfico e ocupação imobiliária desordenada, gerando deficiências nos serviços necessários à população.
Belo Horizonte teve três momentos históricos importantes no seu planejamento: a área Central, planejada pelo engenheiro Aarão Reis no final do séc. XIX, representa hoje 3% da área urbana. A implantação do conjunto arquitetônico da Pampulha por Juscelino Kubitschek e Oscar Niemeyer, na década de 40; e, agora, com a Cidade Administrativa e o Plano de Desenvolvimento Metropolitano.
A implantação da Cidade Administrativa Presidente Tancredo Neves já transformou o perfil arquitetônico da região Norte da capital, pela grandiosidade e beleza de suas formas, mas, sobretudo, pelo planejamento da ocupação agora iniciado de todo seu entorno e projetado para as próximas décadas. Dessa forma, retoma o projeto desenvolvido por Juscelino Kubitschek há 70 anos: redirecionar o eixo do desenvolvimento da capital mineira para a região Norte, por meio da ocupação da Pampulha.
O desenvolvimento da região tornou-se política pública do Governo de Minas. Por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Sustentável do Vetor Norte da RMBH, foram tomadas medidas fundamentais como a regularização fundiária de vilas e favelas ocupadas por famílias de baixa renda, fomento à economia local, capacitação e qualificação profissional dos moradores da região para formação de mão-de-obra.
O Estado investiu R$ 20 milhões em obras sociais nas comunidades do entorno da Cidade Administrativa em reforma de 27 escolas públicas, construção de praças, associação comunitária, melhorias em postos de saúde, campos de futebol e ainda a revitalização do Conjunto União, o condomínio residencial mais antigo da região.
O plano de reordenamento da região inclui a construção do Centro Aeroespacial em Sete Lagoas, o Parque Industrial Tecnológico (BH-TEC), a construção do Rodoanel Norte, a ampliação do Aeroporto Internacional Tancredo Neves e a consolidação do aeroporto industrial em Confins.
Um conjunto de ações indutoras do desenvolvimento, viabilizado pela construção da Linha Verde, concluída em 2008, proporcionará ao Estado competir economicamente com os grandes centros, ancorado em quatro pilares: incorporação de inovações tecnológicas e científicas; logística eficiente para transporte de bens de consumo; uso intensivo de tecnologias de comunicação e demanda de mão-de-obra cada vez mais especializada.
Estudos do governo estimam que, em 20 anos, haverá uma completa reversão do Vetor Norte, que terá ampla sustentabilidade econômica e ambiental, beneficiando toda população de Belo Horizonte e de 13 municípios da Região Metropolitana.
Cidade Administrativa - Mais economia
A integração de 18 secretarias e 25 órgãos públicos na Cidade Administrativa proporcionará significativa economia ao Tesouro do Estado. Estudo da Secretaria de Planejamento calcula que a centralização da gestão gerará uma economia anual de R$ 92 milhões já partir de 2010, primeiro ano de sua ocupação. Os cálculos foram auditados pela BDO Trevisan, terceira maior empresa de auditoria do mundo com atuação em 110 países.
O estudo baseia-se nos gastos realizados pelas secretarias e órgãos com diversas despesas que hoje ocorriam em razão da distribuição da administração estadual por 53 imóveis em endereços diferentes na capital. Muitos deles com precárias condições físicas. Os serviços para conservação e limpeza dos prédios, manutenção de elevadores, recepção e vigilância, telefonia, aluguéis, transporte de pessoas e documentos, reprografia e impressão respondiam pelos principais gastos administrativos.
Conservação e limpeza, manutenção de elevadores, mensageria interna e externa, recepção e vigilância, material de escritório e serviço de copeiragem | R$ 37 milhões |
Telefonia e dados | R$ 28,1 milhões |
Aluguéis | R$ 19,5 milhões |
Frota e motoristas | R$ 2 milhões |
Reprografia e impressão | R$ 5,4 milhões |
Economia anual prevista na Cidade Administrativa | R$ 92 milhões |
Fonte: Seplag-MG
Os prédios que formam a Cidade Administrativa são equipados com avançados sistemas de iluminação, água e ventilação e com moderna rede para transmissão de dados. Toda comunicação por telefone entre as secretarias e órgãos passa a ocorrer por meio de ramais, como ligações internas e sem cobrança de impulsos. Novas tecnologias em informática e intranet dão maior agilidade e confiabilidade aos procedimentos administrativos e eliminam os sistemas obsoletos e a diferenciação que havia na qualidade desses serviços entre secretarias e órgãos.
Os serviços de recepção, de mensageiros (office-boys) e de impressão de documentos passam a ser coordenados em centrais únicas, acabando com a ociosidade de pessoas e o desperdício de materiais. O uso de veículos também terá coordenação centralizada. Até então, a despesa com combustível era controlada separadamente em cada secretaria e órgão.
Com isso, a frota de carros oficiais será reduzida. O deslocamento de servidores passa a ocorrer principalmente entre andares dos prédios. Antes, os servidores da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão deslocavam-se por até três endereços diferentes da mesma pasta. Já os servidores da Secretaria de Educação encontravam-se a 14 quilômetros de distância dos que atuam na Secretaria de Ciência e Tecnologia e Ensino Superior.
A utilização de esgoto a vácuo em todo o complexo de prédios reduzirá em 85% o consumo de água nos banheiros e demais instalações. O aproveitamento da luz natural em todo o conjunto e o sistema de iluminação automatizada, com sensores fotossensíveis, elevadores inteligentes e fachada com solução de vidro duplo, contribuirá para racionalizar o consumo de energia elétrica.
Cidade Administrativa - Mais gestão e eficiência
A nova sede da administração estadual consolida o modelo de gestão pública eficiente implantado em Minas em 2003 com o Choque de Gestão. O conjunto de medidas adotadas pelo Governo do Estado inovou ao estabelecer metas de trabalho em todas as áreas e ao implantar o Prêmio por Produtividade para 100% dos servidores públicos, tornando-se referência no país pelos resultados positivos alcançados.
A integração física das secretarias na Cidade Administrativa permitirá um salto ainda maior na gestão estadual. Na nova sede do governo, os servidores terão condições ideais para a execução dos seus trabalhos, em ambientes integrados que permitem a colaboração e a sinergia, criando novo estímulo e rotinas para a prestação dos serviços.
95% dos servidores com acesso à internet e intranet
São 15.500 servidores com seu computador próprio conectados a uma rede única de transmissão de dados, correspondendo a 95% dos funcionários em atividade na Cidade Administrativa. Isso significa melhor comunicação, mais colaboração e eficiência na troca de informações e mais agilidade e confiabilidade nas rotinas de trabalho. Antes, apenas 8.150 (50%) dos 16.300 servidores tinham acesso a computador.
Cada servidor tem uma estação de trabalho própria, identificados com seu nome, mas não está mais sozinho em salas individuais. Os vãos livres dos prédios formam amplos espaços de integração. Estações padronizadas, divisórias e armários baixos definem setores e compõem as secretarias de forma harmônica e ordenada. Os novos espaços de trabalho seguem modelos adotados nos Estados Unidos e em países da Europa.
As novas rotinas mudam em definitivo até mesmo a tramitação de documentos oficiais e dos processos governamentais. A entrega e coleta dos documentos serão realizadas em horários previamente definidos pelas secretarias para garantir o acompanhamento e dar agilidade a toda tramitação. Um sistema de gestão eletrônica acelerará os procedimentos de entrega e envio, dando mais segurança no armazenamento dos dados.
As salas de reunião ou de videoconferência são de uso coletivo e devem ser reservadas com antecedência pelos servidores. A impressão de documentos é centralizada em ilhas de reprografia. Para imprimir um documento, o servidor deverá enviar o arquivo para a central e digitar sua senha pessoal na impressora.
Fornecedores
Muda também a relação com fornecedores do Estado. Os prestadores de serviço passam a ser remunerados de acordo com seu desempenho. Quem não prestar bom serviço, receberá menos do governo no final do mês. Se um computador apresentar defeito, por exemplo, deve ser reparado em até 24 horas, sendo que nesse intervalo, o servidor público contará com um equipamento reserva. Uma máquina para reprodução com alguma falha técnica deverá ser consertada em até 4 horas, caso contrário, caberá ao fornecedor disponibilizar outro equipamento até que o conserto seja efetuado.
Cidade Administrativa - Sustentável e inteligente
O projeto da Cidade Administrativa foi desenvolvido de acordo com técnicas modernas e reconhecidas de construção sustentável, buscando menores impactos ambientais e a economia de recursos. Todas as edificações funcionam com inovadores processos tecnológicos de uso racional de água, energia e reaproveitamento do lixo, obedecendo às exigências relacionadas à sustentabilidade e preservação do meio ambiente previstas nos Protocolos de Kyoto e de Montreal.
O conceito de sustentabilidade esteve presente desde a execução das obras. Houve monitoramento da qualidade da água e do ar, reaproveitamento e destinação correta de resíduos sólidos, controle de ruídos, da poluição sonora e da procedência dos materiais utilizados. Os móveis licitados são oriundos de madeiras certificadas de reflorestamento com selo Forest Stewardship Council (FSC). Mais de 1.450 árvores foram poupadas pela utilização deste tipo de madeira certificada.
Uso racional de energia
Os prédios são dotados de um sistema central computadorizado e inteligente que controla o uso de elevadores, o acionamento de lâmpadas e do ar condicionado. A presença de sensores fotossensíveis evitará a iluminação e climatização de ambientes vazios.
Alimentados por uma central de água gelada, o sistema de ar-condicionado terá capacidade para gerar mais de 8 mil toneladas de ar refrigerado por hora. A central consome menos energia que os sistemas de ar-condicionado convencionais e o gás utilizado para refrigerar a água não agride a camada de ozônio.
Luz natural
As fachadas dos prédios, revestidas com vidro de máximo desempenho, favorecem a utilização de luz natural nos ambientes de trabalho e reduzem os gastos com a refrigeração: 70% da passagem de calor serão bloqueados pelo vidro.
Esgoto a vácuo
O sistema de esgotamento nos banheiros reduz o consumo de água em 85% em relação à descarga convencional. Todo o esgoto, depois de coletado, é encaminhado até a Estação de Tratamento (ETE) do Córrego do Onça, localizado a 15 km de distância e já em operação.
Aproveitamento de água
A água das chuvas serão direcionadas através de drenos para os dois lagos artificiais construídos na área externa da Cidade Administrativa. A irrigação dos jardins será feita com o uso dessa água reaproveitada.
Coleta seletiva
A Cidade Administrativa contará com coleta seletiva e ações dirigidas para estimular a adoção de práticas ambientais responsáveis por parte dos servidores. O programa é hoje aplicado em mais de 30 instituições governamentais.
Áreas verdes
Duas unidades ambientais estão sendo implantadas próximas ao complexo: o Parque Estadual Serra Verde e o Parque Linear do Córrego da Floresta, totalizando uma área protegida de 1,6 milhão de metros quadrados. O Serra Verde será o segundo maior parque da capital, com espécies animais e vegetais e nascentes preservadas. Terá também trilhas ecológicas.
No entorno dos prédios, foram plantadas 350 mil mudas de arbustos, árvores e flores dos biomas brasileiros presentes em Minas: cerrado, campos de altitude, caatinga e mata atlântica. O projeto paisagístico recuperou nascentes no terreno e revegetou encostas degradadas. Essas áreas serão transformadas numa mata em que se destacam importantes exemplares botânicos e que preservam o interesse ambiental, como jequitibás, perobas, sapucaias, braúnas e aroeiras.
Uma alameda de palmeiras imperiais foi criada entre os prédios, fazendo uma alusão à Alameda Travessia, localizada na Praça da Liberdade, em frente ao Palácio da Liberdade.
Cidade Administrativa - Melhor para o servidor
Os servidores do Estado vivenciaram inúmeras dificuldades de trabalho ao longo dos últimos 40 anos, em razão do esgotamento da capacidade dos prédios públicos e da inadequação dos equipamentos utilizados nas atividades diárias.
Na Cidade Administrativa, os servidores têm asseguradas as melhores condições de trabalho, desde a ergonomia das mesas e cadeiras à moderna infraestrutura de rede e tecnologia da informação.
Pela primeira vez na história do Estado, todos os servidores terão as mesmas condições de trabalho. Cada um tem uma estação de trabalho padronizada, com computador, mesa, gavetas e armário próprios, e estará integrado a uma ampla rede informatizada para recepção e transmissão de dados.
Transporte
Pesquisas realizadas com os servidores mediram a demanda das necessidades de transporte e de alimentação, com o objetivo de minimizar ao máximo os impactos causados pela mudança na rotina diária.
Os servidores serão atendidos por um sistema especial de transporte ligando diferentes regiões de Belo Horizonte até o complexo administrativo. Foram identificadas as regiões com maior número de moradores e, a partir delas, definidas as novas linhas de ônibus.
A pesquisa apontou que 27% dos servidores residem nas regiões mais próximas à Cidade Administrativa, sendo Norte (4%), Venda Nova (5%), Pampulha (7%) e Nordeste (11%). Residem nas regiões Leste (14%), Oeste (14%) e Noroeste (14%), por onde passam os principais corredores viários da capital e o sistema de metrô. A região Centro-Sul reúne 25% dos servidores e o Barreiro 4%.
Desenvolvido em parceria com a BHTrans, órgão responsável pelo trânsito e transporte da capital, o novo planejamento reforça o sistema convencional com sete novas linhas de ônibus, quatro delas já em operação. São elas: Barreiro - Vilarinho; Centro - Vilarinho, São Gabriel - Cidade Administrativa e Venda Nova-Vilarinho.
A partir da estação Vilarinho do metrô, localizada a seis quilômetros da Cidade Administrativa, os servidores têm transporte gratuito por meio de ônibus que fazem um percurso estimado em sete minutos. As outras linhas de ônibus atenderão as regiões Centro-Sul, interligando a Savassi e o Centro à Cidade Administrativa.
O crachá funcional do servidor será integrado ao sistema de transporte BHBus. Dotado de um chip, poderá ser carregado com crédito para pagamento das passagens das linhas regulares do transporte público. O mesmo crachá será usado no ônibus gratuito a partir da estação Vilarinho.
Com capacidade para 2.700 veículos, o uso dos estacionamentos do complexo custará um centavo por mês para o servidor. Quem não tiver acesso à vaga, poderá usar o estacionamento destinado aos visitantes, cuja tarifa será cobrada - da mesma forma que acontece hoje, nos estacionamentos localizados nas proximidades das secretarias e órgãos.
Alimentação
A pesquisa realizada identificou também o preço médio pago pelos servidores em restaurantes para alimentação. O mesmo valor será garantido na Cidade Administrativa.
Duas áreas de alimentação foram disponibilizadas aos servidores. A primeira será localizada no Centro de Convivência, instalado entre os prédios "Minas" e "Gerais" e que abrigará restaurantes, lanchonetes, lavanderias, postos bancários e outros serviços úteis. O segundo espaço será no 9º andar dos prédios das secretarias, oferecendo restaurantes e cafeterias com almoço executivo.
Cada andar dos prédios de secretarias contará com dois refeitórios equipados com fornos microondas, balcões frigoríficos e máquinas de bebidas geladas. É a primeira vez que o servidor habituado a levar sua alimentação de casa terá uma área dedicada à refeição.
O fornecimento de alimentação pelos restaurantes foi objeto de licitação pública realizada com a fixação de preços compatíveis com o gasto habitual dos servidores medido pela pesquisa.
Cidade Administrativa - As instalações
Palácio Tiradentes
Sede oficial do Governo de Minas Gerais, é o maior prédio suspenso em concreto do mundo, segundo o engenheiro José Carlos Sussekind, responsável pelo projeto da obra. Com quatro pavimentos, abriga a Governadoria, onde está instalado o Gabinete do Governador do Estado, a Vice-Governadoria e o Gabinete Militar.
Totalmente revestido em vidro, foi construído em concreto protendido - quatro vezes mais resistente que o concreto armado - e está totalmente suspenso por 1.080 cabos de aço presos a vigas de 20 metros de comprimentos e 3,4 metros de altura, localizadas na parte superior e apoiadas em dois grandes pórticos paralelos. Tem como base quatro pilares de apoio e um extenso vão livre de 147 metros de comprimento por 26 metros de largura. A estrutura do prédio foi concebida para suportar cargas em torno de 34 mil toneladas.
É formado ainda por subsolo e pilotis, totalizando 21 mil metros quadrados de área construída. Em seu interior, conta com um salão de 1.200 metros quadrados de área destinado a solenidades oficiais, biblioteca e serviços de apoio.
Prédio das secretarias
Os imponentes edifícios "Minas" e "Gerais", construídos para centralizar secretarias e órgãos públicos, foram projetados pelo arquiteto Oscar Niemeyer em lugar do conjunto de prédios independentes, como o executado na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.
Cada edifício, com 240 metros de extensão em curva e área total de 116 mil metros quadrados, foi erguido como se fossem cinco prédios separados. A construção foi iniciada a partir do centro até as extremidades, em forma de pirâmide. Enquanto o setor central concretava a laje seguinte, os setores vizinhos iniciavam a próxima laje em andamento. Os outros dois setores nas extremidades começavam então a ter construção liberada. Essa solução facilitou os trabalhos e deu agilidade à obra.
Os andares planejados com grandes vãos livres permitem soluções práticas e arrojadas para instalação dos espaços funcionais e de convivência. O nono pavimento de cada prédio é aberto e tem linhas arquitetônicas diferenciadas para servir como local de convivência, com biblioteca e cafeteria.
Auditório
No conjunto, é considerada a edificação que melhor representa o estilo de Niemeyer. Construído em forma côncava, semelhante a obras do arquiteto em BH e em outras partes do mundo, o prédio chama a atenção pelo elemento vazado, que corresponde à figura de um olho e representa 30% da construção. São 10 metros de altura entre a cobertura em casca e a laje inferior em curva. No total, tem 20 metros de altura.
Com 4 mil metros quadrados de área construída, é dividido em três níveis. O primeiro nível é destinado à garagem de serviços e o segundo abriga o foyer e outras instalações de apoio, como depósitos e banheiros. A platéia é acessada por escadas laterais a partir do segundo pavimento ou por uma rampa em curva, situada na parte externa do edifício.
Centro de Convivência
A edificação, com dois pavimentos em formato circular, está localizada entre os dois prédios das secretarias. Com 4,5 mil metros quadrados de área, é ligada a eles por meio de um túnel. Estruturas em curvas, grandes vãos livres e balanços nas extremidades das edificações - extremidades sem pilastras de sustentação - são detalhes da genialidade do arquiteto.
Jardins
Cerca de 350 mil mudas foram plantadas no entorno dos prédios, incluindo arbustos, árvores e flores dos biomas brasileiros presentes em Minas. Plantas aquáticas também ornamentarão os dois lagos artificiais que cercam os prédios.
Uma alameda de palmeiras imperiais foi criada entre os prédios, fazendo uma alusão à Alameda Travessia, localizada na Praça da Liberdade, em frente ao Palácio da Liberdade, primeira sede do governo de Minas. No futuro, essas áreas serão transformadas numa mata com jequitibás, perobas, sapucaias, braúnas e aroeiras.
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