ABDI e FIESC firmam parceria
para desenvolver modelo de compras 'gov to gov' na indústria de Defesa
A Agência Brasileira de
Desenvolvimento Industrial (ABDI) e a Federação das Indústrias do Estado de
Santa Catarina (FIESC), por meio do Conselho de Desenvolvimento da Indústria de
Defesa (CONDEFESA/SC), assinaram nesta sexta-feira, 13, um convênio para
desenvolver um projeto de modelagem de exportações na modalidade de “Governo a
Governo”, conhecido internacionalmente pelo termo “gov to gov”.
O convênio, no valor de mais de
R$ 1 milhão, baseia-se na Portaria n. º 1.582 de 2017, do Ministério da
Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), que que atribui à ABDI a
responsabilidade de acompanhar, supervisionar e apoiar a execução de contratos
de venda de bens e serviços firmados entre empresas de Defesa brasileiras e
governos estrangeiros.
A diretora de Economia
Sustentável e Industrialização da ABDI, Perpétua Almeida, destacou que a
iniciativa é uma forma de fomentar as exportações da indústria de defesa
brasileira.
“A indústria de defesa é uma indústria
dual porque além dos instrumentos para a defesa nacional, para a
soberania, ela transborda para a área civil, especialmente nas áreas
aeroespacial, de telecomunicações, saúde e educação. É muito importante incentivarmos
o crescimento da indústria brasileira, garantindo mais exportação do nosso
produto, que é um produto de alta tecnologia”, disse.
Nesse tipo de negociação “gov to
gov” não há intermediários comerciais. Os acordos são diretos entre governos, o
que garante maior controle e transparência nos processos de negociação,
estabelecendo um canal direto entre as partes envolvidas.
Na área da Defesa, a transação é
muito utilizada em compras que envolvem equipamentos estratégicos, como
sistemas de aeronaves e veículos militares. Além disso, acordos de vendas
internacionais de defesa costumam incluir cláusulas como transferência de
tecnologia, treinamentos ou offsets, que ajudam a fomentar o desenvolvimento
industrial e tecnológico do país comprador, o que consolida parcerias
estratégicas de longo prazo entre as nações envolvidas.
Segundo a gerente executiva de
Desenvolvimento Industrial do CONDEFESA/SC, Vanessa Wohlgemuth, o convênio é
ainda mais importante para o estado de Santa Catarina, onde 28 empresas
estratégicas de defesa atuam.
“Essa modelagem vai ampliar a
venda do Brasil para outros países. Nosso objetivo é promover e desenvolver
cada vez mais essa base industrial de defesa que é tão importante para o nosso
país e para a soberania nacional”, afirmou.
BID - Base Industrial de
Defesa
A líder do Projeto de Defesa da
ABDI, Karen Leal, acrescentou que o convênio irá tratar dos desafios para a
ampliação das vendas de produtos de defesa para o mercado internacional.
Leal ressaltou a importância de
uma Base Industrial de Defesa (BID) forte e sólida. “Uma base industrial sólida permite reduzir a dependência de
importações de sistemas críticos, garantindo que o país mantenha acesso a
tecnologias estratégicas mesmo em situações de crise global”.
Nesse sentido, a diretora da Agência falou da indústria de
defesa como geradora de emprego qualificados, sobretudo nas áreas de engenharia
e ciência. “É um setor que estimula o avanço de tecnologias que muitas vezes
têm aplicações civis, como na aviação e nas telecomunicações. Isso sem falar
que é um setor que movimenta a economia local, integrando pequenas e médias
empresas a grandes cadeias produtivas”, finalizou.
Comentários
Postar um comentário
Participe, deixe seu contato!